Análises sobre o IDEB 2011

No dia 14 de agosto, o Inep, órgão ligado ao Ministério de Educação, divulgou as notas do (IDEB) Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil. Os dados, disponíveis no site do Inep, apresentam um retrato da qualidade da educação em cada estado, município e escola do Brasil.

O Inep integra informações de fluxo escolar (aprovação, reprovação e evasão), dados do Censo Escolar da Educação Básica e os Resultados da Prova Brasil, que é aplicada pelo Inep aos estudantes ao final de cada etapa da Educação Básica. A fórmula do IDEB daria um bom assunto para uma aula de matemática, mas, basicamente, pode ser resumida assim: quanto menos tempo os alunos de uma escola levam para completar determinada etapa do ensino, e quanto mais altas são as notas deles na Prova Brasil, melhor será o IDEB dessa escola. A escala vai de zero a dez.

Em 2011, 73% das escolas brasileiras dos anos finais do ensino fundamental (de 5ª à 8ª série) estão em uma faixa de notas entre 3,1 e 5,0. A média brasileira no IDEB é de 4,7.

Mais de 40% das escolas dos anos iniciais do ensino fundamental (de 1ª à 4ª série) que tiveram notas muito baixas no IDEB em 2009 ficaram sem notas em 2011. São escolas que não conseguiram ultrapassar metade da média nacional de 2009, receberam investimentos extras, mas estão agora no escuro. O ministro da Educação, Aloízio Mercadante, disse que a pasta vai investigar e as escolas podem ser punidas.

No ciclo final do fundamental (de 5ª à 8ª série), 33% das escolas com notas baixas em 2009 não tiveram índices em 2011. Segundo as regras oficiais, as únicas escolas que podem ficar sem IDEB são aquelas sem o mínimo de 50% de participação de alunos na Prova Brasil, avaliação que integra o IDEB. Mas isso vale para todas as escolas e não só para as que tiveram notas ruins.

Mercadante afirmou que a pasta vai apurar se houve desvios. "Se teve escola que recebeu apoio para estimular sua recuperação e a resposta foi não participar do IDEB, ela será punida", disse o ministro. 

No caso daquelas instituições que receberam mais recursos por conta da necessidade premente de melhorar a performance no indicador, a situação ainda é mais grave.

Em Livramento de Nossa Senhora - Ba, assim como em todo o Brasil, as distorções ocorrem entre as escolas avaliadas, algumas escolas melhoram seus índices, outras tiveram desempenho abaixo da meta e outras ficaram abaixo do observado em 2009, como podemos analisar nos gráficos abaixo: 

            

           4ª série / 5º ano

     8ª série / 9º ano

É preciso desestimular a reprovação, mas por outro lado o foco deve ser o aprendizado e a redução da evasão. A aprovação automática traduz uma falsa realidade, que podemos comprovar ao interpretar os dados divulgados pelo Inep. A pressão para cumprir a meta do IDEB, há repasse de verbas federais diretamente às escolas, condicionadas à melhora no indicador, faz com que as escolas vejam na aprovação um caminho mais rápido, não levando em consideração a qualidade, o mínimo de conhecimentos básicos em cada área, especialmente em português e matemática. "Aprovar é mais fácil que melhorar a aprendizagem. Para aumentar o fluxo, basta uma canetada.

A Unidade Escolar Barão de São Timóteo se encaixa em algumas dessas situações citadas, apesar de ter sido elogiada em uma matéria anterior, deste blog ( Vinte anos de U.E.B.S.T.), neste último IDEB observado, teve um mau desempenho, indo de 4,1 em 2009 para 3,5 em 2011, levando-se em conta que a meta projetada para o ano passado era de 4,2. Isso mostra que algo na escola terá que ser mudado. E o pior é que se compararmos a taxa de aprovação da Unidade de Ensino com outras do município, a U.E.B.S.T. tem uma das melhores taxas de aprovação, piorando ainda mais o índice de aproveitamento dos estudantes na Provinha Brasil.

Agora fica a pergunta: Se os professores continuam os mesmos, sempre buscando aperfeiçoamento profissional mesmo sem incentivo a formação e sem valorização da carreira, onde estão os culpados?