QUEM REALMENTE REPRESENTA NOSSO POVO?

Deusdete Pereira da Silva - professor
 de História na UEBST formado pela
 Faculdade Tecnologia e Ciências de
Salvador - FTC

Por Deusdete Pereira da Silva

Vivendo às margens da sociedade e das discussões relevantes do país, uma parte significativa de cidadãos vivem e sucumbem as oratórias nem sempre qualificadas daqueles que se dizem representantes do povo, mas afinal quem realmente representa o povo?

Penso que uma sociedade só pode ser justa se houver todo um contexto de equilíbrio e representatividade. Infelizmente a massa segue desmembrada de alguns pilares que são primordiais à sua própria existência. Belchior, em sua manifestação poética e social, eternizada na voz de Elis Regina, explicita que: "viver é melhor que sonhar", mas como não sonhar com uma sociedade mais justa e igualitária? Com leis que deixem de ser meras teorias? Com uma instituição política séria? Será isso apenas utopia ou embriaguez da alma dos cidadãos de bem?

 questionar é a palavra chave, buscar melhores alentos a nossa sociedade provinciana é o desafio atual, mas será que "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais?" Alguns de intitulam salvadores da pátria, outros defensores populares, incluindo nesse novo modelo parlamentar, hoje nos plenários e tribunas se concentram jogadores e dirigentes esportivos, artistas, humoristas, alguns letrados, de retórica refinada, outros nem tanto, contudo, permeia o questionamento: a quem e a que interesses defendem?

O povo clama por reformas diversas, mas o genial Zé Ramalho alerta que "o povo as vezes tem vida de gado, é marcado e é feliz", porém, Geraldo Vandré ressalta que: "o gado se ferra e marca, mas com gente é diferente". Dentro de uma realidade até certo ponto marginal, o povo sonha com novas perspectivas, no entanto compartilha a filosofia anarquista de Raul Seixas que diz: "prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".