PRESENTE PROFESSOR: VOCÊ ME REPRESENTA
Por Maria Ieda da Silva(*)
O “dia dos professores” no
Brasil é papo para “gente grande”. No Brasil, o Dia dos Professores
tem suas origens no dia 15 de outubro de 1827, quando D. Pedro I imperador do
Brasil institucionalizou o Ensino Elementar no Brasil. Este decreto, além de
falar do ensino elementar em todo o Brasil, falava também de salário de
professores e até como os professores deveriam ser contratados. Mas, somente em
1947 que a data foi oficialmente criada e dedicada aos professores.
Quando neste país, o
professor será valorizado? Quando entenderão que educação se faz com aqueles
que alimentam as ideias de um povo?
O dia em que tantos
professores poderiam abrir largos sorrisos – principalmente, os mais lutadores
– é também, como nos conta a História, um dia marcado por dor e lágrimas. Pessoas
normais, que tem várias atividades, é mãe, pai, psicólogo, conselheiro, médico,
que cuida de filhos, netos, que sofre com a precarização e com a desvalorização.
Essa gente trabalhadora sonhadora,
idealizadora que ensina com amor, que está sempre em movimento, buscando
conhecimento, querendo mais aprender. Gente que às vezes é afrontada,
torturada, perseguida por alunos, inconscientes pais, pelo regime, pela
burocracia barata que alimenta as elites brasileiras.
Meu povo sofrido, mal
remunerado, povo guerreiro e além de tudo lutador. Luta é a palavra para quem
enfrenta tripla jornada, governantes, impostores e arrogantes que não entendem
nada e só faz por piorar.
Governantes reacionários que
além de um vil salário fazem ameaças judiciais. Que ao invés de glorificar o
futebol, deveria antes lançar a primeira bola, num ataque contra a corrupção
que contamina esse país. O Professor é antes de tudo, um torcedor, um jogador.
Ninguém sofre mais com as artimanhas do futebol do que um professor, não de um
futebol em campo, mas sim aquele que ocorre dentro de uma sala de aula. Nem o
mais angustiado dos goleiros na hora do gol, sofre tanto. Talvez essa seja a
primeira ideia do conhecimento das dores do mundo. E é com esse desafio, que aí
se forma o homem, o caráter, e aí começa a alimentar os sonhos.
Professores são bons jogadores
e bons sujeitos que como qualquer outro cidadão também luta por direitos
previstos na constituição. Mesmo sendo injustiçado, perseguido e até atacado pelo
aparelho do Estado, por policiais, esse povo vale a pena ser guerreiro, saem da
sua “zona de conforto” para irem às ruas, para dedicar-se o tempo inteiro em
defesa da educação.
Ser professor hoje em dia é
uma missão quase impossível. O bom professor não escolhe a profissão por comodismo,
quer seja para fazer bicos, ou ganhar uns trocados. Ser professor hoje é pensar
muito e talvez seja essa a razão para tão poucos estarem se dedicando a isso. O
profissional tem outro papel, bem mais amplo e importante. É preciso adquirir
saberes, desenvolver a imaginação, construir referências para entender o que é
a vida, o que é o mundo e o que é a convivência com os outros.
Respeite os professores,
todos, inclusive aquele esquecido na sua memória. Sem eles não há razão nenhuma
para se acreditar num mundo melhor. Os professores não são o futuro, eles são o
presente, e se ainda não aprendemos com isso, somos nós, os adultos, é que
tiramos zero na escola. E ainda mais, o professor é o segundo útero de uma
criança em matéria de formação.
Parabéns professores de todas as cores.
Parabéns pela luta contínua. Vocês me representam!!
* Graduada
em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia. Pós- Graduanda em Análise do
Espaço Geográfico pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e atua como
membro do Grupo de Pesquisa: Trabalho, mobilidade do trabalho e relação
campo-cidade pela UESB.
Nenhum comentário: