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ESCRAVIDÃO: AS CORRENTES QUE AINDA PRENDEM SÃO TIMÓTEO

Há exatamente 126 anos a princesa Isabel abolia a escravatura no Brasil, os motivos pelos quais levou a fazer são diversos e muitos ainda inexplicados, a única coisa certa era a pressão que existia no país e isso foi também sem sombra de dúvidas um dos fatores que contribuíram.
Porém, 13 de maio de 1888 não significou exatamente o fim da escravidão no Brasil, já que vira-e-mexe encontramos trabalhadores em situação desumana e de trabalho escravo no país.
Falando de São Timóteo... vila formada e construída através de mão-de-obra escrava em meados do século XVII, ainda tem em suas imponentes construções os sinais do quão grande foram os esforços em construir paredes com um metro de espessura, pedras que pesam absurdos e os detalhes delicados das pinturas e esculturas encontradas na igreja e em casarões.
Apesar de findada a escravidão suas correntes ainda permanecem e, se arrastam pelas ruas necessitando de pavimentação, afundando em uma lagoa imersa em lama e lodo e no atraso de mais de três séculos de um povoado que poderia ser hoje uma cidade.
Assim fica São Timóteo escrava de uma estrada de pedras (igual há existente na comunidade contruída no período colonial) que não chega hoje a lugar algum.
FOTO: A foto é da estrada de pedra que ligava a casa de um dos irmãos do Barão á igreja, foi contruída por escravos para que a baronesa não sujassem seus pés na terra. Hoje resta somente uns 40 metros da mesma.

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!  

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?   Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...  

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .  

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